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A mostrar mensagens de julho, 2008

GAFANHA DA NAZARÉ: Desporto

: CONTRIBUTOS PARA A HISTÓRIA DO FUTEBOL : Em finais da década de 40 e início da década de 50, existiram três clubes de futebol não federado, na Gafanha da Nazaré e um na Gafanha da Encarnação. Mais tarde, já em meados da década de 50, surgiu na Cale da Vila implementado por um grupo de estudantes, o “INDEPENDIENTE”, que pretendia ser uma réplica da Académica de Coimbra. Também era de estudantes e também equipava todo de negro. Não sei qual dos três clubes seria o mais antigo, já que eu era ainda muito criança, mas sei que havia na altura uma grande rivalidade entre eles e também com o “Estrela da Gafanha da Encarnação”. Outros tempos… os mesmos sentimentos, as mesmas paixões pelo futebol!... Eram instituições que viviam quase exclusivamente da carolice dos seus mentores, autênticos patrões que dispunham a seu bel-prazer e à sua custa, dos favores e desfavores dos resultados desportivos obtidos. Vamos começar pelo União, já que foi esta instituição que sobreviv

GAFANHA DA NAZARÉ: Desporto

:: :. Complexo Desportivo da Gafanha em construção, na Colónia Agrícola As rivalidades entre os clubes da Gafanha da Nazaré As rivalidades próprias de qualquer desporto também naqueles tempos se viveram com alguma paixão. Os jogos não eram oficiais, já que se tratava de clubes não filiados em qualquer Associação, excepção feita para o Atlético que, segundo na altura foi amplamente divulgado, chegou a ser clube oficial, porém sem qualquer proveito desportivo. E a paixão dos seus dirigentes, por pressão logicamente psicológica dos respectivos adeptos, chegava ao ponto de procurarem e convidarem jogadores famosos, expressamente para cada jogo, pertencessem eles aos clubes rivais da terra, a outros clubes amadores da região ou ao Beira-Mar que já era instituição de respeito na altura. O importante era ganhar, custasse o que custasse. E, tal como hoje, também naquela época as vitórias ou derrotas eram comentadas com fervor clubista e com promessas de “vingança” para a próxima vez, que podi

GAFANHA DA NAZARÉ: Os primeiros clubes

Os primeiros clubes Os primeiros gafanhões eram, sem dúvida, mais dados ao trabalho do que ao desporto. Aliás, nem outra coisa seria de admitir, se imaginarmos o esforço desenvolvido no dia-a-dia para alcançarem o milagre da transformação destas terras em oásis verdejante.  Os tempos livres, quando os tinham, passavam-nos a cantar e a bailar, sobretudo aos fins-de-semana e no termo dos trabalhos agrícolas e outros, especialmente aquando do fabrico dos adobes nos areais da mata, na altura da cobertura da casa em construção, nas desmantadelas, nas rasgadelas de tiras para fabrico caseiro de mantas chamadas de farrapos, e noutros serviços que envolviam diversas pessoas. Desporto seria mais com os rapazes. Sem preocupações de praticar desporto oficial, os gafanhões limitavam-se a dar uns pontapés na bola, entre diversos jogos populares, como o pião e a macaca para os mais jovens, e o futebol e a malha para os mais espigadotes ou adultos. Claro que nas tabernas não faltava o jogo de cartas,

FILARMÓNICA GAFANHENSE - 6

: V – A Filarmónica Gafanhense não pode parar A Filarmónica Gafanhense não pode parar. Executaram-se várias reformas e houve melhorias nas partes melódicas, harmónicas, percussão e até visual. Entre 1985 a 1990, todo o instrumental foi substituído por novas aquisições, tendo por base o “Lamiré normal”. Em 2001, após convite formal, assumiu o cargo de director artístico o músico Arnaldo Manuel Seiça Ribeiro, da Gafanha de Aquém, freguesia de S. Salvador, Ílhavo, onde nasceu em 1957. Iniciou os seus estudos musicais de solfejo e clarinete em 1964, sob orientação de seu pai, músico executante de clarinete na Filarmónica Ilhavense. De 1965 a 1969, frequentou as classes de solfejo e acordeão, sob a orientação da professora Rosa da Silva Matos, participando, enquanto aluno desta professora, em espectáculos públicos, em diferentes localidades. Entre os anos de 1969 a 1971, integrou a Banda dos Bombeiros Voluntários de Ílhavo (Música Nova), como executante de clarinete, sob a direcção

A Nossa Gente

Maria da Luz Rocha e Rosa Bela Vieira Não somos muito dado a elogios. Achamos que todos temos a obrigação de dar o nosso melhor à comunidade, sem esperar benesses nem honras. Como pessoas e como cristãos. Mas há casos e casos. Maria da Luz Rocha e Rosa Bela Vieira são dos tais casos que não podem ficar esquecidos. Pelo seu testemunho de vida e pela sua entrega aos outros, aos que mais sofrem, há mais de meio século. Decerto como muitos outros das nossas comunidades, de quem ninguém fala, mas que encarnam vidas exemplares. Maria da Luz Rocha e Rosa Bela Vieira começaram há 50 anos um trabalho que ainda hoje mantêm de pé, único no País, na altura. O apoio a raparigas em perigo moral, a mães solteiras abandonadas pela família e ex-prostitutas. Como vicentinas, que ainda são, não se limitaram a reivindicar fosse o que fosse. Fizeram o que podiam e souberam fazer, fundando a OBRA DA PROVIDÊNCIA. Sem alardes, sem parangonas nos órgãos de comunicação social. Lutando contra muitos, mes

Obra do Apostolado do Mar na Diocese de Aveiro - 4

:: Edifíco pré-fabricado numa fase adiantada da construção “AINDA A OLHAR O STELLA MARIS” Como já aludimos no último número, quedámo-nos de novo junto do Stella Maris. Observara que um dos nossos capitães, cujo nome, ainda que autorizado, omito, estava acompanhado de familiares a prestar atenção ao alçado lateral, onde uma nova varanda, de bom traço, surgiu há pouco tempo. O jornalista quer novidades, pontos de vista, opiniões divergentes, embora! E “pescar” um capitão dos mares brancos e frios da Terra Nova, ao sol da nossa verde Gafanha e a “sonhar” o Stella Maris, era estar “de quarto” em terra, era continuar de vigia… Cá como lá, é preciso aproveitar a hora. E a rede-diálogo lançada trouxe nas malhas mais uma opinião rija: – Meu caro capitão, posso colher de si umas frases-chave, que sejam sensação, sobre esta obra? – Meu amigo, não! Entre homens do mar, duvido que encontre o que quer. Nós olhamos e sentimos sempre mais do que falamos, e numa palavra dizemos tudo! – Não será bem a

FILARMÓNICA GAFANHENSE - 5

::: IV – O desinteresse de uns e o interesse de outros Uma página da história da Música Velha acaba de ser virada. O desinteresse de uns e o interesse de outros, com decisões tomadas em local próprio e pelos próprios interessados, para além das circunstâncias atrás referidas, culminam nestas alterações. É então criada a Filarmónica Gafanhense, instituição que, embora sedeada na Gafanha da Nazaré, é, sem dúvida, uma entidade cultural ao serviço do povo e do Concelho de Ílhavo, que muito o dignifica. Das eleições realizadas em 18 de Junho de 1999, sai vitoriosa uma nova direcção para a Escola de Música Gafanhense, a qual redefine e clarifica a sua situação de coabitação com a Filarmónica Gafanhense, que até então tinha como sede provisória a casa de Dionísio dos Santos Marta, onde se guardava todo o espólio de ambas as colectividades. Foi decidido dar-se um novo rumo à Escola, procedendo-se, assim, à separação definitiva das duas associações. Tendo estas duas associações diferentes dir

Obra do Apostolado do Mar na Diocese de Aveiro – 3

::: Preparação do terreno para a implantação do Stella Maris pré-fabricado “OS QUE OLHAM O STELLA MARIS” O Stella Maris de Aveiro hoje é mais do que assunto, porque é obra erguida. Pequena ou grande, bem ou mal delineada, ali está já na Gafanha, onde tomou corpo e agora, já com cor, começa a falar por si a quantos o interrogam. Paredes levantadas, já o telhado o cobre para que depressa cubra aqueles a quem pertence. A olhá-lo como os outros, parámos a uns passos. Cruzou connosco gente curiosa, interessada. Identificámos um tripulante e quisemos ouvi-lo. Falámos e da nossa conversa guardámos das suas palavras sadias, que passamos a transcrever: – Então que diz a isto? – A obra vai! Mas nós temos pressa, sabe? É difícil explicar. É assim como ver crescer a nossa casa. Apetece-nos já lá estar dentro! E olhe que todos os dias aqui venho e já não sou só eu! Pois como é? Se a apanho pronta ainda julgo que será mentira! – A construção com aquela cor azul, já é realmente outra! Agrada mesmo e

Colónia Agrícola da Gafanha da Nazaré

:: Igreja de Nossa Senhora dos Campos Decreto “ D. João Evangelista de Lima Vidal, por mercê de Deus e da Santa Sé Apostólica, Arcebispo-Bispo de Aveiro, Assistente ao Sólio Pontifício. Atendendo ao incremento populacional e social que tem tomado nestes últimos tempos a Colónia Agrícola da Gafanha da Nazaré, dispersa presentemente pelas três freguesias de Ílhavo, Gafanha da Nazaré e da Gafanha da Encarnação, e considerando que esta Colónia tem, e convém que tenha, um aspecto unitário e não se divida em três partes com prejuízo da sua vida comum, de acordo com os Reverendos Párocos das freguesias a que actualmente pertence a Colónia, não havendo motivos de interesses ou sentimentos locais que possam obstar à realização do intento: HAVEMOS POR BEM decretar o seguinte: 1 – Toda a Colónia Agrícola da Gafanha da Nazaré, como ela se encontra constituída, ficará pertencendo, desta data em diante, à freguesia de Ílhavo; 2 – Encarregamos o Reverendo Arcipreste do Distrito Eclesiástico de dar ex

FILARMÓNICA GAFANHENSE - 4

:: III – Filarmónica Ilhavense passa a Filarmónica Gafanhense Durante as décadas de 80 e 90 do século passado, os sócios e executantes da Filarmónica organizaram vários peditórios e desenvolveram diversas actividades culturais na vila da Gafanha da Nazaré e noutras localidades. Foi uma forma, com base pedagógica, de angariar fundos para alimentar o projecto de construção de uma sede social que albergasse as duas associações. Anos mais tarde, já a Escola de Música Gafanhense tinha bastantes sócios, uma determinada quantia em dinheiro e um património significativo, uma vez que tinha adquirido um terreno para se construir uma sede. Em princípios de 1986, a Associação Musical Filarmónica Ilhavense começou a festejar a passagem dos 150 anos da sua existência, e no dia 24 de Abril do mesmo ano foi feita uma escritura na Secretaria Notarial de Aveiro, titulando a constituição de uma associação já existente desde 1836, agora denominada ASSOCIAÇÃO MUSICAL FILARMÓNICA ILHAVENSE, com sede na Vi

A Nau Portugal

:: D. João Evangelista A NAU Já estou velhinho, já sinto o frio da cova nos pés. É natural que nos meus longos anos, expostos de mais a mais às ondas, nem sempre calmas, do destino que Deus me marcou ao nascer, eu tenha sentido pancadas terríveis no peito, capazes de o quebrarem, de o fazerem em pó, se não se tornasse em bronze indestrutível a mísera carne que o Senhor predestinou para o mais agitado dos apostolados, o apostolado das almas. Às vezes até parece que a vaga passa por uma tal forma por cima da cabeça que nos prega para sempre no fundo de tenebrosos abismos, e não mais voltamos à tona d’água a rivedere le stelle , como dizia o Dante ao fim do Inferno. Tudo pareceu porém ontem diluir-se, e como que perder-se nas recordações longínquas a ponta mais aguda e mortífera dos seus espinhos, a gota mais amarga do meu veneno, ao golpe imprevisto, mil vezes trágico, que me esmigalhou a alma na Gafanha da Nazaré. Parecia uma noiva, a nau Portugal , pronta a entrar na Igrej

FILARMÓNICA GAFANHENSE - 3

: II – A Música Velha não podia morrer A Música Velha não podia morrer. E para não morrer, tinha de mudar e de criar incentivos, atraindo aprendizes com vontade de continuarem na banda, depois de se tornarem executantes minimamente à altura. Tinha pouco mais de meia dúzia de executantes. Mas até esses, sentindo a falta de apoios à Filarmónica e o abandono da maioria, chegaram a perder algum entusiasmo. Os poucos que restavam eram de Vale de Ílhavo, Lavandeira, Moitinhos, Bonsucesso, Gafanhas e Ílhavo. Dois de Ílhavo, pouco tempo tocaram na Música Velha, que se viu sem ajudas de qualquer entidade ou instituição, e sem o trabalho de ilhavenses apaixonados por este género musical, de tantas e tão antigas tradições na vila. Em Abril de 1972, e numa última tentativa de salvar a Música Velha, os músicos que ainda permaneciam fiéis colocaram na regência um dos executantes resistentes. Dionísio Claro dos Santos Marta, natural de S. Salvador, Ílhavo, e residente na Gafanha da Nazaré, impôs a

Obra do Apostolado do Mar na Diocese de Aveiro - 2

:: ::: D. Manuel de Almeida Trindade Decreto da erecção canónica da Obra do Apostolado do Mar "Considerando as normas peculiares estabelecidas pela Santa Sé, designadamente as que constam do Decreto da Comissão Pontifícia para a Pastoral das Migrações e Turismo, de 24 de Setembro de 1977; Desejando promover o bem espiritual, moral e social dos marítimos e suas famílias; : HAVEMOS POR BEM: 1) – Erigir canonicamente em pessoa moral eclesiástica a OBRA DO APOSTOLADO DO MAR, com sede na Casa “Stella Maris” de Aveiro, sita na freguesia da Gafanha da Nazaré, do concelho de Ílhavo, desta Diocese de Aveiro, que será representada pelo presidente da Direcção Administrativa, a qual é o órgão de acção permanente (Artigos 1.º, 14.º e 30.º); 2) – Aprovar os Estatutos por que se há-de reger a Obra na Diocese, os quais constam de trinta e oito artigos, distribuídos por cinco capítulos, ficando um dos exemplares arquivado nesta Cúria Diocesana; 3) – Mandar que desta erecção canónica se dê conheci

FILARMÓNICA GAFANHENSE - 2

:: I – Os primeiros passos da Phylarmonia Ilhavense Em 1836, nasce em Ílhavo a Phylarmonia Ilhavense, por iniciativa do magistrado António José da Rocha e do conselheiro José Ferreira da Cunha e Sousa, o qual, mais tarde, viria a ser Governador Civil de Aveiro. Eram amadores dramáticos e tinham organizado uma “Companhia” de curiosos que devia estrear-se num Teatro por eles construído numa dependência do Passal da freguesia, junto à igreja matriz da Ílhavo. Para o primeiro espectáculo, convidaram a Filarmónica da Fábrica da Vista Alegre, fundada em 1826, que faltou, à última hora, por imposição do director daquela fábrica, que era de política contrária à dos organizadores. Magoados com tal procedimento, aqueles ilhavenses encheram-se de brios e fundaram uma banda de música, tendo convidado para a dirigir José Vicente Soares, ex-regente de Bandas Militares, e, curiosamente, o primeiro regente da Banda da Vista Alegre. Depois deste, a Phylarmonia teve vários directores artísticos, nomea

Obra do Apostolado do Mar na Diocese de Aveiro - 1

:: Pavilhões pré-fabricados Clube Stella Maris Em maré de celebrações, que o Clube Stella Maris, da Obra do Apostolado do Mar (OAM), está a promover, importa registar os passos relevantes, que fizeram história, desta instituição da Diocese de Aveiro, vocacionada para o apoio aos marítimos e suas famílias. Tal, porém, só será possível com achegas e documentos que urge recolher e publicar, com o cuidado e o rigor indispensáveis. É o que me proponho fazer, neste meu espaço, dedicado à Gafanha da Nazaré, embora a OAM seja uma estrutura de âmbito diocesano. Tanto quanto é possível saber, a OAM começou a ter raízes, entre nós, em 1966, como refere um texto publicado em capítulo que lhe é dedicado na monografia da paróquia da Gafanha da Nazaré, da autoria de Manuel Olívio da Rocha e Manuel Fernando da Rocha Martins, com edição de 1986. Diz ele que, em 14 de Abril de 1966, sendo “legítimo representante da Obra do Apostolado do Mar (….), o actual Director Nacional, Padre Francisco Antunes Sant

FILARMÓNICA GAFANHENSE - 1

;;; Subsídios para a sua história Introdução A Filarmónica Gafanhense, a mais antiga colectividade musical do concelho de Ílhavo e herdeira do trabalho incansável de muitos ilhavenses, quer continuar a crescer, dinamizando o ensino da música e levando, bem longe, o nome das terras que a viram nascer, há mais de 170 anos. Sendo certo que uma banda se alimenta do esforço dos seus dirigentes, que dia a dia procuram atrair gente jovem que garanta o seu futuro, cada vez mais risonho e actuante, ao nível cultural, também é verdade que o empenho de todos, populações, autarcas e outras entidades, estatais e privadas, é fundamental e urgente. Com a cooperação amiga e solidária dos ílhavos, sejam eles da sede do concelho ou das Gafanhas, tudo se tornará mais fácil, no sentido de proporcionar à Música Velha (cognome que herdou de tempos áureos, que já lá vão há muito) as melhores condições para mais fazer pela cultura da rainha das artes, que é música. Urge, pois, que ilhavenses e gafanhões sai

D. Manuel II e Aveiro

::: O barco real na embocadura da Cale da Vila Na Gafanha, aguardando a chegada do barco real Forte da Barra: Ponto do embarque Uma Visita Histórica - 27 de Novembro de 1908 No livro “D. Manuel II e Aveiro – Uma Visita Histórica (27 de Novembro de 1908)”, o autor, Armando Tavares da Silva, oferece aos seus leitores pormenores curiosos, através de uma escrita acessível e de grande rigor, mas também atraente. Leva, assim, quem gosta de história a interessar-se por este assunto, o de um Rei que passou pela nossa região, suscitando manifestações de carinho. E refere, ainda, a Gafanha, como terra de passagem. A dado passo, e ao descrever o passeio fluvial, diz que próximo à ponte da Gafanha formaram alas, «mais de 800 cyclistas, perfilados ao lado das suas bicycletas e que á chegada de el-rei levantaram calorosos vivas». Nessa altura, uma comissão, “abeirando-se do automóvel real, entregou ao monarca uma representação em que pedia a revisão da «lei da contribuição sumptuaria no que respei

Cruzeiros da Gafanha da Nazaré

:: Cruzeiro da Gafanha da Nazaré A propósito dos Cruzeiros da Gafanha, o Padre João Vieira Rezende diz, na sua "Monografia da Gafanha", que o primeiro de que há memória “deveria ter existido em 1584, ‘perto da ermida de Nossa Senhora das Areias’ em S. Jacinto”, segundo reza um alvará régio, com data de 20 de Maio daquele ano. E acrescenta, talvez para espanto de alguns, que considera S. Jacinto, “por muitos motivos, pertencente à região da Gafanha”, porque “era-o realmente antes da abertura da Barra em 1808”. O autor refere depois que “o segundo Cruzeiro foi construído na Gafanha da Nazaré em data que ignoramos. Foi posterior à data da construção da demolida capela de Nossa Senhora da Nazaré e distava dela uns 550 metros para o sudeste. Ficava junto ao caminho (hoje estrada) que ligava Ílhavo com a dita capela. Inaugurada a nova igreja paroquial em 1912, foi mudado para o sítio que hoje ocupa, a 350 metros do local da demolida capela e a 750 da nova igreja matriz. É muito si

A Gafanha vista por Leite de Vasconcelos

: O EXPRESSO evocou esta semana, no seu suplemento "ACTUAL", o universalista José Leite de Vasconcelos, para celebrar os 150 anos do seu nascimento. O sábio que foi médico, mas que nunca desejou exercer tal profissão, dedicou-se, com paixão, à filologia, à etnografia e à arqueologia, viajando constantemente, porque defendia que “Nada nos educa e ilustra como viajar!”. Ao ler esta evocação, em textos de Mário Robalo, ocorreu-me sublinhar, neste meu espaço, que, nas suas frequentes andanças pelo País, José Leite de Vasconcelos também esteve na Gafanha, em 1919, onde colheu algumas informações que publicou na sua obra “Geografia tradicional das Beiras”. Posteriormente, esses apontamentos foram enriquecidos com outros que recebeu do Dr. José Pereira Tavares, seu antigo aluno na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, na altura professor do Liceu de Aveiro, onde veio a ser reitor distinto. Segundo Leite de Vasconcelos, o seu antigo aluno era pessoa que conhecia bem a locali