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Mensagens

A mostrar mensagens de outubro, 2008

Acta da Instalação da primeira Junta da Paróquia da Gafanha da Nazaré

“Aos dois de Janeiro de mil novecentos e catorze, achando-se reunidos na casa das sessões da comissão paroquial Administrativa desta freguesia da Gafanha do Concelho de Ílhavo os cidadãos José Ferreira de Oliveira, João Sardo Novo, Jacinto Teixeira Novo, José Maria Fidalgo, Manuel Ribau Novo, membros efectivos da referida comissão durante a gerência de vinte e sete de Outubro de mil novecentos e dez a trinta e um de Dezembro de mil novecentos e treze, e os cidadãos José da Silva Mariano, Manuel José Francisco da Rocha, Manuel Conde, Alberto Ferreira Martins, João Sardo Novo, ultimamente eleitos membros efectivos da nova junta da Paróquia desta freguesia da Gafanha, como consta das respectivas actas arquivadas na secretaria da Câmara Municipal deste concelho e na secretaria do Governo Civil deste distrito, os membros daquela comissão administrativa e o senhor regedor desta freguesia, Silvério Vieira, que também estava presente, à vista da nota comprovativa da referida eleição emanada

Dia das Bruxas

: Cabeças-fantasma com vela dentro Comemora-se, no dia 31 de Outubro, o Halloween, festividade que remonta ao povo Celta e tem a ver com rituais pagãos, entre nós, chamado Dia das Bruxas. Amada pelas crianças que vêem, neste dia, um escape para a sua irreverência e desculpa para pregar partidas, o Sweet or treat , confirma este fenómeno, é simultaneamente contestada e repudiada por muitos outros.Alegando que não tem nada a ver com a nossa cultura, contestam uns tantos que estamos a sofrer uma aculturação, em relação aos povos de origem anglo-saxónica, nomeadamente dos EUA, donde foi importada esta celebração. Materializando-se numa série de objectos comercializados profusamente pelo comércio, tem a sua expressão e simbologia máximas na utilização das abóboras. Estas são descarnadas, abre-se-lhes uma tampa em cima e desenha-se uma cara, pela excisão de pequenos pedacinhos que correspondem aos olhos, nariz, boca. Dentro das mesmas é colocada uma vela e aí temos o que nos países de Líng

FOTO COM DESAFIO

: Preparação da mesa comum. Foto do meu arquivo Esta foto é um desafio à memória de todos os gafanhões, sobretudo dos mais velhos. Sei que se trata de uma mesa para um convívio paroquial, do tempo do Padre Miguel Lencastre, numa altura em que ele procurava implementar a aproximação de toda a gente. Como acreditava que à volta de uma mesa comum tudo seria mais fácil, resolveu avançar com a ideia de uma enorme, não direi gigante nem com pretensões a alcançar qualquer recorde, mas tão-só capaz de juntar, à volta dela, muita gente. Penso que foi no Jardim Oudinot, porque são visíveis as palmeiras, símbolo do jardim, tal como hoje. Cada família levava o farnel, que era partilhado por toda a gente. Ainda não tive tempo de investigar a data e mais pormenores, mas prometo fazê-lo, logo que tenha tempo e acesso aos antigos Timoneiros. Acho que o relato deste convívio, como de outros eventos, deve estar registado em letra de forma. Até lá, convido os meus amigos a ajudarem-me neste traba

O trabalho não azeda

: O trabalho não azeda . (o trabalho pode esperar sem consequências de maior) Claro que isto se referia ao trabalho agrícola, num ambiente marcadamente rural. A escolha do dia para “semear” as batatas, plantar as couves ou regar o milho, era aleatória. Os agricultores de então trabalhavam muito, de sol a sol! Despendiam muito esforço físico, na labuta da sua jorna, o que se resolvia, facilmente, com uma boa noite de sono. Não tinham stress , estes trabalhadores rurais, nada que se comparasse aos nossos dias. Eles próprios tinham autonomia para fazer os seus horários! Nesta situação, estavam equiparados aos executivos das grandes empresas, que gozam de isenção de horário de trabalho! Madona ~:

O assador de castanhas

; Aparecia, quase em simultâneo, com o início das aulas, nos meus tempos de menina e moça! As primeiras aragens frias do Outono traziam, à nossa cidade, aquela figura típica e tão apreciada por todos. Era o assador de castanhas! O seu carrinho improvisado com a panela tosca, esburacada, para assentar nas brasas quentes, era uma presença obrigatória nas ruas da cidade. No regresso das aulas, quase ao entardecer, o ar rescendia ao aroma quente e adocicado das castanhas. Tão apetecidas, tão apreciadas, com a casca estaladiça e prateada, faziam as delícias de miúdos e graúdos! Era um acorrer aos locais onde se encontravam os vendedores, nas esquinas das ruas, em locais muito frequentados. Quentes e boas! Quentes e boas! – O pregão soltava-se da boca dos assadores, que procuravam atrair uma clientela ávida de saborear tão apetitoso petisco! E ali, por cima do carrito, estavam as castanhas arrumadinhas ao lado do papel de jornal, onde iriam ser embrulhadas para entregar aos clientes. Belos

Para rir... Ruralidades...

: Um dia, à autora destas linhas, no cumprimento das suas tarefas de “Jovem Agricultora”, aconteceu um episódio insólito. Na sua actividade agro-pecuária, deparou com esta cena bizarra: ocupava-se a dar o alimento aos coelhinhos, tão fofinhos, quanto roedores. Uma galinha que dividia o espaço com os coelhos, numa promiscuidade inofensiva, começa a “espenicar“ o botão, nas bermudas da sua dona. Com efeito, essas calças que a dona trazia, pelo meio da perna, como todas as jovens (?) usam, hoje em dia, são rematadas em baixo por uma tira, com um botão. Este, semi-esférico e grande, criou no cérebro minúsculo da galinha, a imagem de um bago de milho Large size . A dona que não come milho, nem gosta de botões… consegue distingui-los muito bem!!! A galinha que come milho e, pelos vistos, parece cobiçar os botões, não vê a diferença entre ambas as coisas. Isto só confirma o aforismo popular que diz: “as galinhas são mesmo estúpidas!” ... Era um termo muito usado nestas terras das Gafanhas: f

Saúde nas Gafanhas

: Primeiros médicos e primeira farmácia O ano de 1940 foi marcante, a nível de saúde, para a Gafanha da Nazaré, com os primeiros médicos a fixarem-se entre nós e com a primeira farmácia. Segundo a "Monografia da Gafanha", do Padre João Vieira Rezende, em 1940 estabeleceu consultório médico com residência na Gafanha da Nazaré o Dr. Joaquim António Vilão, natural de Mata-dos-Lobos, concelho de Figueira-de-Castelo-Rodrigo. Também nesse ano e na mesma Gafanha, de onde era natural, o Dr. Maximiano Ribau, felizmente ainda vivo, montou o seu consultório. No mesmo ano, abriu a primeira farmácia – Farmácia Morais – a Dra. Maria Ester Ramos da Silva Morais, também com saúde e como sempre na direcção da mesma farmácia, natural do Porto. Presumo que a Farmácia Morais é o mais antigo estabelecimento comercial das Gafanhas. :

TIMONEIRO — Jornal paroquial

: TIMONEIRO O TIMONEIRO nasceu por iniciativa dos párocos das freguesias das Gafanha da Nazaré, Encarnação e Carmo, respectivamente, Padres Domingos José Rebelo dos Santos, António Augusto da Silva Diogo e José Soares Lourenço, em Dezembro de 1956. Publicava-se mensalmente e a sua tiragem inicial era de 1500 exemplares. Aliás, sempre se publicou com essa periodicidade, embora por vezes houvesse alguma irregularidade. Por dificuldades de vária ordem, em 1958 a Gafanha da Encarnação desligou-se e em 1964 era já propriedade exclusiva da paróquia da Gafanha da Nazaré. Durante alguns anos integrou um grupo de Boletins Paroquiais, o que lhe proporcionava a utilização de alguns artigo, principalmente na primeira e última página. Desde a sua fundação até à entrada na paróquia do Padre Miguel Lencastre, como coadjutor, o TIMONEIRO era escrito, quase na íntegra, pelo seu fundador e director, Padre Domingos. Nessa altura, um grupo de leigos, com algumas responsabilidades na fregue

Tradições das Gafanhas

: MULHERES HEROÍNAS No tempo em que as terras das Gafanhas eram amanhadas, vivia-se numa sociedade quase matriarcal. Com efeito, com os maridos embarcados para a pesca do bacalhau, a mulher ficava encarregada de quase todas as tarefas: domésticas e agrícolas. Até, quando nasciam os filhos, havia apenas uma “curiosa” que dava uma ajudinha aos bebés, para entrarem neste mundo cruel. Quando as jovens mães iam para “a terra” trabalhar, eram obrigadas a levar consigo os seus rebentos. Na altura, não havia as “babysiters”, os infantários, as creches. Nem tampouco as amas particulares, já que todas as mulheres tinham a mesma ocupação. A esse tempo, não havia diferenciação profissional, nem sindicatos para defender (?) os direitos dos trabalhadores! Nada iria reduzir para 8 horas de trabalho, a jorna diária, àqueles que trabalhavam de sol a sol. No Inverno, o astro-rei, compadecia-se destas mulheres heroínas, retirando-se um pouco mais cedo. Não havendo, na altura, estruturas sociais de apoi

Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré - 3

: Filiação na Federação do Folclore Português Entretanto, o Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré não pára. Aspira a mais. E esse mais, passa, indubitavelmente, pela filiação na Federação do Folclore Português, entidade máxima para controle da genuinidade dos grupos etnográficos e de folclore. Em resposta a um ofício do Grupo de 15 de Julho de 1986, Severim Marques, membro do Conselho Técnico Regional daquela Federação, refere-se a uma Exposição Etnográfica organizada pelo Grupo que visitou em 7 do mesmo mês. E sublinha: “a vossa exposição agradou-nos sobremaneira e deu-nos até bastante satisfação por constatarmos que o Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré, no limiar da sua vida, agora tomada a sério, manifestou o sentido e a consciência do que é o folclore, que não é nem mais nem menos que uma parte das páginas brilhantes do grande livro da cultura popular. O folclore não é só trajar, dançar e cantar ao som de melodiosas músicas tiradas de instrumentos musicais que os nossos avoe