Avançar para o conteúdo principal

Mensagens

A mostrar mensagens de novembro, 2009

Velharias com interesse

Há velharias que, na minha óptica, têm interesse. Por elas podemos tirar conclusões e registar pormenores da nossa vida colectiva. Este texto foi feito ou assinado por um pintor civil da nossa terra, Manuel Maria Fernandes Casqueira, mais conhecido por Manuel Catraio, comprometendo-se a pintar o guarda-vento, e não só, pela quantia de 1450$00. Isto em 2 de Dezembro de 1934.

O linguajar dos gafanhões - 2

"Quase se podia dizer que mal sabiam falar" O seu linguajar é, portanto, filho de todas essas circunstâncias e resulta, vezes sem conta, da corruptela de vocábulos e expressões ouvidas das pessoas com quem contactavam, sem acesso a literatura ou a meios de comunicação social, embora na região já houvesse jornais e em algumas casas, muito poucas, um ou outro aparelho de rádio. Estamos a recordar as cerimónias de Fátima, sobretudo no dia 13 de Maio, participadas em casa de um abastado lavrador. Todos sentado no chão da sala, lá íamos ouvindo a transmissão com o dono do aparelho a acertar de quando em vez a sintonia. Era o que havia na nossa já distante meninice, que recordamos com imensa saudade pelo bucolismo que a envolvia. Também não podemos esquecer os gafanhões que, nos finais do século XIX   e princípios do século XX, aprendiam a ler pouco mais que o “b à bá” em casa de mestres populares, alguns dos quais deixaram marcas que o tempo não apagou. À hora da sesta, no V

O linguajar dos gafanhões - 1

Retrocedendo no tempo Retrocedendo no tempo, qualquer coisa como meio século, tanto quanto é necessário para chegar à nossa infância, vislumbramos na memória, qual retrato ainda não embaciado pela pátina do tempo, os gafanhões que ajudaram a erguer esta terra, marcada à nascença por uma mistura de povos na sua maioria semianalfabetos ou mesmo analfabetos, sob o ponto de vista académico, sobretudo, mas obstinados no seu querer. De vontade indómita, trabalharam a terra, primeiro, coisa que sabiam fazer como poucos, ou não estivessem eles habituados a lavrar e a cavar areias movediças e esbranquiçadas, que pouco lhes oferecia de volta, e aventuraram-se na ria e no mar, depois, numa ânsia desmedida de irem mais além. E nessa labuta diária, que deixou marcas indeléveis no temperamento e no carácter dos gafanhões , doaram-nos uma cultura de que hoje nos orgulhamos, nós, os que presentemente somos os legítimos herdeiros desses cabouqueiros das Gafanhas que se deixam beijar pela ria e pelo m

Farol da Barra de Aveiro: Um pouco da sua história

Farol: ex-líbris da região aveirense O Farol da Barra de Aveiro, situado em pleno concelho de Ílhavo, na Gafanha da Nazaré, é um ex-líbris da região aveirense. Imponente, não há por aí quem não o conheça, como o mais alto de Portugal e um dos mais altos da Europa. Já centenário, faz parte do imaginário de quem visita a Praia da Barra. Quem chega, não pode deixar de ficar extasiado e com desejos, legítimos, de subir ao varandim do topo, para daí poder desfrutar de paisagens únicas, com mar sem fim, laguna, povoações à volta e ao longe, a dominar os horizontes, os contornos sombrios das serras de perto e mais distantes. À noite, o seu foco luminoso, rodopiante e cadenciado, atrai todos os olhares, mesmo os mais distraídos, tal a sua força. Mas são os navegantes, os que mais o apreciam, sem dúvida. Ora, esse foco, que começou por ser alimentado a petróleo, passou a beneficiar da energia eléctrica em 1936, completando, este ano, 70 anos de existência. Bonita idade para tal m

1.º Óbito realizado na freguesia da Gafanha da Nazaré

07-05-1911 Neste dia, às dez horas da noite, faleceu numa casa do “Pharol da Barra”, Joaquim Francisco Gafanhão, de cinquenta anos, pescador e casado com Maria de Jesus, o qual recebeu os “sacramentos da Santa Madre Igreja”, natural desta freguesia, filho legítimo de António Francisco Gafanhão e de Ana de Jesus, jornaleiros, naturais desta freguesia, o qual não fez testamento. Deixa filhos menores e foi sepultado no cemitério público da vila e freguesia de Ílhavo.

Gafanha da Nazaré: 1.º Matrimónio

17-06-1911 O primeiro matrimónio celebrou-se nesta data, na então chamada capela da Cale da Vila, Gafanha da Nazaré, a servir de matriz provisória. Domingos José Soares e Maria de Jesus da Silva consorciaram-se em cerimónia presidida pelo pároco encomendado João Ferreira Sardo, que os uniu, tendo também procedido “à bênção do anel”.O Domingos tinha 22 anos de idade, era solteiro e pescador, natural e morador na freguesia da Murtosa e nela baptizado, filho legítimo de José António Soares e de Maria Joaquina de Oliveira, naturais da mesma freguesia, concelho de Estarreja, Diocese do Porto; a Maria de Jesus tinha 23 anos de idade, era solteira e jornaleira, natural da freguesia da Gafanha, filha legítima de Manuel Fernandes Casqueira e de Rosa de Jesus, naturais desta freguesia. Foi baptizada na freguesia de Ílhavo. Serviram de testemunhas no baptizado João Peixoto, casado e jornaleiro, e Joana de Jesus Casqueira, casada e seareira, naturais desta freguesia e nela residentes. Cônjuges

Pérola de Sesimbra, que saiu do Estaleiro Mónica

Pérola de Sesimbra - 1997 Pérola de Sesimbra - 2004 A traineira Pérola de Sesimbra , que foi construída nos Estaleiros Mónica, ainda anda na faina. A prova disso está nas fotos, que me foram enviadas por Miguel Lourenço, neto do armador que a mandou construir. Nas fotos, que teve a gentileza de me enviar, chama a atenção para o seguinte: "O mastro da  traineira  e dois terços do casco mantêm-se. Na primeira foto utilizava-se o alador de braço e na segunda pode ver-se  o quadraplex alador, utilizado 100 por cento nas traineiras do norte."

O primeiro baptizado realizado na Gafanha da Nazaré

11-09-1910: Baptizado n.º 2 Não se sabendo quando, de facto, se concretizou a aplicação do decreto do Bispo de Coimbra da erecção canónica da freguesia, apesar do Padre João Vieira Rezende dizer, na sua Monografia da Gafanha, que tal aconteceu no dia 10 de Setembro de 1910, sabe-se, todavia, que o primeiro Prior da Gafanha da Nazaré, Padre João Ferreira Sardo, baptizou, no dia seguinte, 11, Alexandrina, “na Capella da Calle da Villa, d’este logar da Gafanha e freguesia de Nossa Senhora de Nazareth, do mesmo logar servindo provisoriamente de Egreja parochial da freguesia de Nossa Senhora de Nazareth, concelho d’Ilhavo, Diocese de Coimbra”, na qualidade de pároco encomendado. Alexandrina, a primeira pessoa baptizada na nossa paróquia, com o assento n.º 2, nasceu em 26 de Agosto, sendo filha legítima de Domingos Ferreira e de Joana de Jesus, jornaleiros, naturais desta freguesia e nela residentes e recebidos na freguesia de Ílhavo. NOTA:  O assento n.º 1 apenas apresenta o nome de

Agrupamento Musical "Contest"

A ideia de formar o "Conteste" surgiu no Verão de 1990, quando alguns elementos se juntaram e começaram a tocar umas músicas para os amigos e a colaborar com comissões para conseguirem angariar fundos. Depois veio a aquisição de uma aparelhagem de som e o grupo começou a ficar conhecido. Teclas - Marco Bateria - Miguel Baixo Eléctrico - Jacinto Guitarra Eléctrica - Esgueirão Vocalista - Pedro O Técnico de Som era o António Gomes Fonte - Revista Comemorativa do 35.º aniversário do GDG 1992

Mestre Lourenço de Sesimbra fez amizades na nossa terra

Pérola de Sesimbra antiga Avô Lourenço com mestre Mónica Pérola de Sesimbra no estaleiro  Miguel Lourenço, de Sesimbra, teve a gentileza de entrar em contacto comigo, a propósito de temas marítimos. Mora em http://www.sesimbra.blogspot.com/ , onde, na opção barcos, há temas que recomendo. O Miguel é neto de mestre Lourenço Caparica, que se relacionou com os Mónicas, nomeadamente com o Arménio, filho do mestre Manuel Maria Bolais Mónica. A traineira "Pérola de Sesimbra", construída pelos Mónicas, será, provavelmente, segundo o Miguel Lourenço, o último barco dos estaleiros da Gafanha, ainda em actividade. O Miguel informa também que o seu avô era amigo do armador do “Jesus nas Oliveiras, tendo feito amizades em Aveiro, com o mestre Zé Pata, que se mudou para Peniche. Não posso deixar de sublinhar a importância deste contacto, à semelhança de outros que nos ajudam a construir história, oferecendo-nos, quantas vezes, gratas recordações. Obrigado, Miguel. Fernando Ma

"Banda Jovem"

A "Banda Jovem" nasceu com o objectivo de contribuir para o engrandecimento da Vila da Gafanha da Nazaré. Foi fundada em 15-02-1992 e desde a primeira hora mostrou grande tenacidade. Componentes: Guitarra e voz - Renato Alves Baixo - Paulo Lourenço Bateria - Luís Brandão Teclado - Tó Maia Confesso que não consigo indicar a ordem dos membros da "Banda Jovem". Mas não faltará, julgo eu, quem possa dar-me uma ajuda.

Gafanha da Nazaré é vila há 40 anos

Há datas que começam a ficar esquecidas, como é o caso da elevação da Gafanha da Nazaré a vila, que ocorreu em 1969. Como em 2001 passou a cidade, a vila foi posta de lado. Não morre ninguém, mas acho que os marcos históricos não podem ser olvidados. Por isso recordo essa data hoje. Porquê só hoje? Porque também me esqueci, claro. Mea culpa, mea culpa! FM Ponte da Gafanha, na Cale da Vila Considerando o acentuado desenvolvimento... Decreto n.º 49332 "Considerando o acentuado desenvolvimento demográfico da freguesia da Gafanha da Nazaré do concelho de Ílhavo, designadamente da povoação sede da mesma freguesia; Considerando o crescente incremento industrial da referida freguesia, factor que, aliado à sua situação geográfica, lhe granjeou posição de excepcional relevo no conjunto portuário de Aveiro; Considerando o progresso social registado na povoação da Gafanha da Nazaré, o qual se traduz na existência de diversas instituições de interesse público, entre as quais Casa d