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A mostrar mensagens de janeiro, 2010

Mercado da Gafanha da Nazaré

Uma verdadeira flotilha de barcos moliceiros no cais da cidade Recorrendo à memória de algumas pessoas mais idosas e a poucos registos, sabe-se que os antigos gafanhões, agricultores, viviam, fundamentalmente, do que a terra produzia. O remanescente era vendido nos mercados de Aveiro. Leite de Vasconcelos refere, a este propósito, que «a venda de batatas e géneros conexos» se processava na praça de Aveiro. Citando o Padre Resende, acrescenta: «Aos domingos vê-se uma verdadeira flotilha de barcos moliceiros no cais da cidade, que no sábado à tarde ali chegam das margens de todas as Gafanhas». Diz ainda que, «com o produto da venda acode-se a despesas miúdas de primeira necessidade (comestíveis, etc.). Em casos de maior vulto (compra de adubos, lenhas, transacções de gado, etc.), recorre-se à venda por atacado dos mesmos géneros a negociantes revendedores».

Primórdios da Gafanha - II

1855 — Em 1855 é construído o lanço da estrada de Aveiro à Gafanha e a ponte de madeira, necessária, para atravessar o canal. 1860 — Pouco tempo depois, em 1860, por influência de José Estêvão Coelho de Magalhães, inicia-se a construção da primeira estrada que atravessou a Gafanha, seguindo da ponte até ao Forte. Foi concluída no ano seguinte. 1863 — Em 3 de Dezembro de 1863 construiu-se, no Forte, a Capela de Nossa Senhora dos Navegantes, sob a direcção do engenheiro Silvério Pereira da Silva, a expensas dos Pilotos da Barra, sendo piloto-mor um tal Sousa. Foi uma resposta à religiosidade dos homens do mar e de suas famílias. 1875 — Em 1875 é construída uma nova capela, ao lado da antiga e pelo lado norte, no lugar da Chave (por vezes diz-se Cale da Vila), dedicada, como a primeira, a Nossa Senhora da Nazaré, que viria a ser a primeira igreja matriz, embora provisoriamente. Dos capelães, até à criação da freguesia, há notícia dos Padres Jorge Vinagre, de Aveiro, João Rocha,

Primórdios da Gafanha - I

Século XVII — Os registos mais antigos garantem que nesta faixa se fixaram, no século XVII, os avós dos gafanhões que, no princípio do século XX, quiseram organizar-se como comunidade administrativa e religiosa, pugnando por aquilo que consideravam ser justo para a sua identidade, enquanto se reviam como sociedade organizada, trabalhadora e solidária. Eram fundamentalmente agricultores. Ainda não seriam identificados como gafanhões. 1677 — Em 1677, afirma o Padre Resende na sua MG, que «São feitos aforamentos por leiras, sendo de concluir que a cultura dos areais da Gafanha fosse anterior a essa data. Seriam seus agricultores os primitivos povoadores da Gafanha: Manuel da Rocha Tanoeiro, de Vagos; António Matias; Manuel Rodrigues Chino; Manuel Alves Zagalo; Domingos Francisco Bico.» De 1677 a 1727 — O «Conde de Aveiras, ao tempo directo senhorio das Quintas da Mó-do-Meio, Preguiceiro e Carramão, isto é, de toda a orla que borda a Ria desde o actual Estaleiro até à mota que dá pa

Primórdios da Gafanha

A PENÍNSULA DA GAFANHA JÁ PERTENCEU À DIOCESE DO PORTO? A península da Gafanha abrange uma fatia de terreno de mais de 25 quilómetros de comprimento por cinco de largura. Banhada pela Ria de Aveiro e com o som do mar bem nítido, esteve inicialmente ligada a Ovar. Lê-se na brochura “Mar e Ria abraçam Santa Maria” que «Ao inquérito de 1758, que deu origem às “Memórias Paroquiais” (ou Dicionário Geográfico, coordenado pelo Padre Luís Cardoso), respondia o Pároco de Ovar que junto à “Barra Velha”, na Vagueira, a confrontar com Mira, existia um marco de pedra com as letras VAR, significando que todo o território a poente da Ria, incluindo a península da Gafanha e as Capelas da Senhora das Areias (S. Jacinto) e da N.ª Sr.ª do Bom Sucesso (Torreira), pertenciam a Ovar.» A mesma brochura lembra que a Península da Gafanha, entre o canal de S. Jacinto e o Oceano, «esteve incluída no Senhorio de Vagos e nas Casas da Feira e do Infantado e Cabido da Sé do Porto. Daí a grande ligação a Santa

Prior Sardo não quis ser juiz em causa própria?

Gafanha separada da sede do concelho por uma grande extensão de areia solta Solicitada a dar o seu parecer sobre a criação da Freguesia da Gafanha da Nazaré, a Câmara Municipal de Ílhavo discutiu o assunto na sessão de 28 de Março de 1910, presidida por Alberto Ferreira Pinto Basto. A vereação era constituída por Benjamim Ferreira Jorge, Manuel Nunes da Graça, Júlio Nunes Rafeiro e Padre João Ferreira Sardo, que faltou à referida sessão, “por motivo justificado” e compreensível. Podemos presumir que a sua falta de ficou a dever a uma questão de princípio, já que, decerto, não gostaria de ser juiz em causa próprio. A Câmara de Ílhavo assentou o seu parecer, favorável, em teses bastante válidas, nomeadamente, que o lugar da Gafanha, da freguesia de São Salvador, “tem os elementos necessários para se poder constituir numa freguesia, (…) que os povos do mesmo lugar se acham separados da sede da actual freguesia por uma grande extensão de areia solta, cuja travessia se torna bastante in

Acta da instalação da Primeira Junta da Paróquia da Gafanha da Nazaré

Igreja da Gafanha da Nazaré, inaugurada por essa altura “Aos dois de Janeiro de mil novecentos e catorze, achando-se reunidos na casa das sessões da comissão paroquial Administrativa desta freguesia da Gafanha do Concelho de Ílhavo os cidadãos José Ferreira de Oliveira, João Sardo Novo, Jacinto Teixeira Novo, José Maria Fidalgo, Manuel Ribau Novo, membros efectivos da referida comissão durante a gerência de vinte e sete de Outubro de mil novecentos e dez a trinta e um de Dezembro de mil novecentos e treze, e os cidadãos José da Silva Mariano, Manuel José Francisco da Rocha, Manuel Conde, Alberto Ferreira Martins, João Sardo Novo, ultimamente eleitos membros efectivos da nova junta da Paróquia desta freguesia da Gafanha, como consta das respectivas actas arquivadas na secretaria da Câmara Municipal deste concelho e na secretaria do Governo Civil deste distrito, os membros daquela comissão administrativa e o senhor regedor desta freguesia, Silvério Vieira, que também estava presente