Salina «As casas cobriam-se de colmo, talvez da própria bajunça com que das chuvas dos Invernos se protegiam os cónicos montes de sal. Cobriam-se do colmo que nascia, espontâneo e abundante, nos terrenos alagadiços recém-formados. Só com o andar dos tempos, a incipiente capacidade artesanal – já que seria pretenciosa impropriedade empregarem relação a essas remotas épocas termo tão dos nossos usos como que é a tecnologia – aproveitaria o barro do ao redor da moradia rústica para produzir a malga do caldo e a telha. Só com esta colocaria a primeira nota avermelhada no ambiente onde dominavam os tons verdes, de larga gama, tenros ou secos, e tão só se evidenciava nos róseos arrebóis ou nos escarlates dos poentes – esses mais remotos que a Pelagia Insula que se tem visto coincidir com o advento da formação lacustre que, centúrias de anos após, tomou o nome de Ria de Aveiro. E adoptou esse crisma da Ria, que é legenda dos nosso cartazes, espelho do nosso narcisismo bairrista e nosso «slo
Dos horizontes da memória, rumo ao futuro, com terras, ria, mar e gentes