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A mostrar mensagens de novembro, 2011

GAFANHÕES NA PRIMEIRA GRANDE GUERRA DE 14-18

O Rubem da Rocha Garrelhas teve a gentileza, que agradeço, de me enviar a foto do seu avô materno, José Estanqueiro da Rocha, que participou na primeira Grande Guerra de 1914-1918, e que eu conheci pessoalmente. Tratava-se de um meu vizinho e parente, embora afastado, como o atesta o apelido Rocha. Haverá mais fotos de outros gafanhões, porventura guardadas nas arcas, que também participaram nessa guerra e que eu gostaria de recolher para memória futura. Fico à espera que mas enviem.

Aveirenses Ilustres: Marnotos da Ria de Aveiro

23 de Novembro de 2011  Auditório do Museu da Cidade de Aveiro ,  18.30 horas Marnoto «Marnotos da Ria de Aveiro: Homens robustos e tisnados, que trabalhavam normalmente, de sol a sol, de Fevereiro a Setembro, nas marinhas de sal. Numa mão traziam o ancinho, noutra o ugalho da lama ou o rapão do sal. Carregavam pesadas canastras cheiinhas de sal das salinas para as eiras e destas para os barcos saleiros. Tanto podiam ser cagaréus, como oriundos de localidades como a Gafanha da Nazaré, Mira, Aradas ou mesmo, Trás-os-Montes. Na sua maioria eram homens de fora do concelho, vinham para a marinha à segunda-feira e só regressavam a casa à sexta-feira. Dormiam no chão de feno ou de junco, ou numa caminha de madeira, no palheiro, onde também comiam o parco comer das provisões acarretadas.  No século XIX, o operário salícola trajava manaia (espécie de calção) e camisa branca em linho ou tecido cru, sem colarinho e sem punhos; faixa preta ou encarnada; barrete de fazenda de lã ou

Gafanha da Nazaré: Rua Sacadura Cabral

Sacadura Cabral, um herói  da Aviação Naval Portuguesa A Rua Sacadura Cabral estende-se desde o Cruzeiro até à Av. José Estêvão, serpenteando em todo o seu traçado. Recebe, ao longo do seu percurso, diversas ruas e outros acessos, apresentando-se alcatroada. Antes desse melhoramento, foi ensaibrada, sucedendo a caminhos de terra batida, antigos, que justificam o seu atual piso, pouco alinhado. Esta rua é uma homenagem ao piloto aviador do mesmo nome, colega de Gago Coutinho na histórica travessia aérea de Lisboa ao Rio de Janeiro, em 1922. Sacadura Cabral como piloto e Gago Coutinho como navegador constituíram, assim, uma dupla de renome mundial, na época, sendo certo que ainda nos nossos dias tal feito ocupa um lugar de mérito.

Seminário de Santa Joana Princesa - 2

Cortejo a favor do Seminário de Aveiro  Seminário de Santa Joana Princesa Das minhas memórias, recordo que participei num cortejo  de oferendas a favor do Seminário, com o envolvimento  de dezenas de paróquias da diocese.  Foi isto em 30 de Junho de 1946 «Após o meio-dia toda a cidade [Aveiro] se animou com um grandioso cortejo de oferendas a favor da construção do Seminário de Santa Joana. As dezenas de paróquias da Diocese vieram com suas representações características, com seus ranchos folclóricos e com os seus donativos generosos. As ruas encheram-se dos mais variados cantos alegres e populares, dos sonoros acordes de diversas filarmónicas e da beleza dos carros alegóricos e garridos. Além do valor material que significou esta magnífica jornada de caridade, o cortejo constituiu mais um elemento a unir as terras do Bispado à volta do mesmo centro espiritual, fixado em Aveiro.» LVST  Integrei o cortejo, a que se associaram empresas e católicos da nossa terra,

Seminário de Santa Joana Princesa - 1

«Muitas coisas, quando se fizer a história do seminário,  se as quiserem saber, têm que ir à minha campa  e perguntar por elas às minhas cinzas  que ainda por lá estiverem.»  Lima Vidal,  CV de 14-02 de 1950, (DA)  Com a restauração da Diocese de Aveiro, concretizada em 11 de Dezembro de 1938, pela aplicação da Bula Omnium Ecclesiarum, D. João Evangelista de Lima Vidal tinha em mente já o sonho da abertura de um Seminário Diocesano. Porque «Uma Diocese sem seminário é como se fora um corpo sem alma. Nem teria mesmo a aparência duma máquina que se move com a pouca corda que se lhe dá» (DA) , disse o primeiro Bispo da Diocese reconstituída, numa altura em que desejava, quanto antes, passar do sonho à realidade. E se era importante e até fundamental o seminário para a formação dos futuros padres, não deixaria de o ser menos um edifício próprio, com espírito novo. Trabalhos complexos foram necessários, até poder abrir as suas portas aos candidatos ao sacerdócio. De

Dia de S. Martinho — 11 de novembro

Bom Dia de S. Martinho para todos   Como manda a tradição, celebra-se hoje o Dia de S. Martinho. Se a nossa região fosse terra de vinhos, teríamos de provar o vinho novo com as castanhas. Assim, limitar-nos-emos a beber um vinho qualquer, ao gosto de cada um, ou a também tradicional jeropiga. Vou pelo que estiver à mão. Que me lembre, as castanhas numa foram a base da alimentação das nossas gentes, o que acontece mais nas terras de muitas e boas castanhas. Neste caso, é sabido que as castanhas serviam para confecionar boas e substanciais sopas, alguns doces e até para acompanhar carne assada. Garanto que as castanhas são um excelente complemento. Por cá, pelas nossas terras, opta-se pelas castanhas assadas. Antigamente em caçarolas de barro, com buracos, e temperadas com sal grosso. Eram saborosas, sim senhor. Mas nada que se compare às que comprávamos nas pontes, o olho da cidade, em Aveiro. Vinham embrulhadas em papel de jornal e em folhas das listas telefónicas já re

O GATA SEMPRE VAI RENASCER?

O GATA (Grupo Activo de Teatro Amador) foi fundado em 27 de Setembro de 1973 e os ensaios decorriam no edifício da Casa do Povo, na Chave, cujo presidente era o Dr. Humberto Rocha. A primeira peça a subir ao palco, no salão paroquial da Gafanha da Nazaré, foi “O Mar”, de Miguel Torga, no dia 13 de Julho de 1974, «perante 800 espectadores, num espaço calculado para 400 pessoas sentadas», como se lê no jornal Timoneiro desse mês e ano.  É justo lembrar alguns nomes desse memorável espectáculo: Artistas: Eva Gonçalves, Fátima Ramos, Irene Ribau, Eduarda Fernandes, Fátima Gonçalves, Dinis Ramos, José Alberto, Carlos Margaça, Horácio Bola, Carlos Bola, Herlander Loureiro, Alberto Margaça e Silvério Marçal. Ensaiador, Augusto Fernandes; Encenador e Sonoplasta, Humberto Rocha; Luminotécnico, Eduardo Teixeira; e Contra-regra, Luís Miguel. Outras peças se sucederam e novos espectáculos surgiram, quer na Gafanha da Nazaré, quer noutras terras do país, numa permuta saudável com

Agosto, mês de inverno para as marinhas

Ponte da Cambeia, Portas d'Água e Jardim ao fundo Recordações da minha juventude Estávamos em Agosto. Era o primeiro mês de “Inverno” para as marinhas (palavra de marnoto), dado que começavam os primeiros nevoeiros e a produção de sal diminuía a olhos vistos! — Hoje trouxe uns sacos para levar sal para casa, diz o marnoto. Quando chegar o Inverno tenho de ter sal para salgar o porco, quando for a matadela. Logo não vamos para o Egas. Vamos para a Cambeia, que tenho lá a minha mulher à espera com o carro dos bois. E assim foi. Terminados os trabalhos do dia, foram enchidos os sacos e transportados em padiola para a bateira. Depois de arrumadas as alfaias no palheiro, fechado este e arrumadas as chaves num buraco de ratas, demos início ao regresso a casa. O vento era fraco, mas mesmo assim içámos a vela, e lá viemos, desta vez em direcção ao Esteiro Oudinot, por onde chegaríamos à Cambeia. Mais adiante, no Jardim do Oudinot, as árvores, que eram altas, impediam o ve