Avançar para o conteúdo principal

Mensagens

A mostrar mensagens de maio, 2012

Uma estória da Cooperativa Elétrica

O contador não é automático A CEGN (Cooperativa Elétrica da Gafanha da Nazaré) teve vida longa, com a grande maioria dos proprietários ou arrendatários de habitações como cooperantes, razão fundamental para ter energia elétrica em casa. A contagem da luz era mensal, feita pelo cobrador do consumo referente ao mês anterior.  Sem qualquer anúncio, em época de alguma folga económico-financeira da cooperativa, era perdoado um mês aos cooperantes. As reparações e ligações, esta mediante o pagamento do valor de uma acção, ficavam a cargo de uma equipa técnica, que mantinha a assistência 24 horas por dia. No Inverno, sobretudo, era frequente falhar a corrente, mas no mesmo dia, por norma, era reparada a avaria.  Um dia, o cobrador António Próspero dirigiu-se à casa de um lavrador já idoso, que protestou contra o facto de estar sem luz há um mês.  — Todos os dias, à noitinha, ligo o interruptor e nada — disse ele.  — E comunicou isso à cooperativa?  — Eu não; estava à espera que o

Cooperativa Elétrica da Gafanha da Nazaré foi constituída em maio de 1938

Professor Filipe Em 7 de Maio de 1938, por escritura pública lavrada no cartório notarial do Dr. Adelino Simões Leal, e publicada no Diário do Governo, de 4 de Junho do mesmo ano, foi constituída a Cooperativa Elétrica da Gafanha da Nazaré (CEGN), com o objetivo de adquirir e fornecer energia elétrica aos seus cooperantes.  Até essa altura, a laboriosa população da Gafanha da Nazaré alumiava-se com os candeeiros a petróleo, velas, lanternas, quando não apenas com a fogueira do borralho. Também o Farol da Barra de Aveiro utilizou o petróleo para alimentar o foco luminoso, que guiasse os navegantes, até 1936, ano em que passou a beneficiar da energia elétrica, fornecida por um sistema eletrogénio.  Perante a incapacidade de a Câmara Municipal de Ílhavo se responsabilizar, através dos seus serviços, pelo fornecimento de energia, que era uma necessidade, tanto para as populações como para o comércio e indústria da Gafanha da Nazaré, um grupo de gafanhões avançou com a ideia d

Creoula e Santa Maria Manuela

Creoula Santa Maria Manuela O Creoula e o Santa Maria Manuela, dois lugres da Faina Maior e consequentemente da história da nossa região, comemoram este mês 75 anos de vida, tal como o Museu Marítimo de Ílhavo. Uma data significativa da nossa cultura e das nossas tradições marítimas, que nunca é de mais enaltecer. Recordei aqueles navios aqui . 

O ANO EM QUE O MEU PAI NASCEU

TEXTO DE JOÃO MARÇAL João Maria Marçal (1912-1988) ​Quando o meu pai nasceu ( 7 de Maio de 1912)  a terra onde viu pela primeira vez a luz do dia era freguesia havia menos de dois anos. Já muito tinha crescido o que a levou a esse facto. Não foi em vão todo o trabalho dos seus antepassados (Rochas, Patas, Varetas, Rodrigues e Marçais) e outras famílias como a dele que aqui labutaram criando a Gafanha da Nazaré.​ ​Não havia electricidade e as estradas eram poucas e ensaibradas: a primeira a ser construída atravessava a Gafanha da Nazaré desde próximo dos Estaleiros Navais até à Barra. Fazia parte do plano de ligação de Aveiro à Costa Nova. A segunda ligava a Gafanha de Aquém à Chave e era muito recente. O resto eram caminhos de carroça que em alguns casos funcionavam como valas em épocas de muita chuva. Estradas florestais, nem vê-las. No entanto já se zelava pela floresta onde foram empregues muitos gafanhões no plantio de pinhal e abertura e manutenção de valas de escoamento da

Inauguração do Lar Nossa Senhora da Nazaré

  4 de maio de 1991 Inauguração do Lar O Lar Nossa Senhora da Nazaré foi inaugurado a 4 de maio de 1991, direcionado, nesta primeira fase, para o apoio à Terceira Idade. A festa da inauguração, que juntou muito povo, foi presidida por D. António Marcelino, Bispo de Aveiro, estando presente, em representação do Governo, o ministro Silva Peneda, bem como os presidentes da Câmara de Ílhavo e da Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré, Manuel Galante e Mário Cardoso, respetivamente. O Prior da Freguesia, Padre José Fidalgo, foi o anfitrião, não escondendo a sua alegria pela inauguração do lar.  No jornal “Timoneiro” afirma-se que a obra, de largo alcance social, importou em mais de cem mil contos, ficando com capacidade para 130 idosos, repartidos por Centro de Dia, Apoio Domiciliário e Lar.  O Prior Fidalgo sublinhou que este centro começou a ser construído «há 80 anos», numa clara alusão à importância da comunidade viva a que o primeiro Prior, Padre Sardo, deu grande impuls

EGAS SALGUEIRO — Da EPA ao Teatro Aveirense e à Misericórdia

Texto de Cardoso Ferreira,  no Correio do Vouga Egas Salgueiro, à esquerda do Presidente da República, Américo Tomás Egas da Silva Salgueiro foi um empresário aveirense de grande prestígio no sector das pescas longínquas, em especial do bacalhau. Desempenhou também um papel relevante na Misericórdia de Aveiro e no Teatro Aveirense. No dia 16 de Março de 1894, em Aveiro, nasceu Egas da Silva Salgueiro, filho de João da Silva Salgueiro e de Virgínia Rosa da Silva Salgueiro. Com apenas 14 anos de idade, Egas Salgueiro deixou os estudos no Liceu de Aveiro e emigrou para o Brasil, tendo residido durante três anos em Pará. Regressou a Aveiro no ano de 1913 para, dois anos mais tarde, voltar a tentar a sua sorte como emigrante, dessa vez em Angola, fixando-se na zona de Benguela, onde permaneceu cerca de dois anos.  “Nestas suas permanências por distantes terras, não fez fortuna, mas acumulou, apesar dos seus verdes anos, um avultado cabedal de experiência e de conhec